Instituição da rede pública de
saúde é a única credenciada na região Norte para procedimentos em crianças de
baixo peso
05/12/2019 20h41 - Atualizada hoje 11h45
Por Dayane Baía (SECOM)
Por Dayane Baía (SECOM)
A equipe médica e assistencial da
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará realizou o primeiro transplante de
rins em paciente pediátrico, em novembro deste ano. Em agosto, a instituição
foi credenciada pelo Ministério da Saúde a oferecer a opção dialítica para
pacientes pediátricos pesando a partir de 15 quilos, que antes só era possível
em tratamento fora de domicílio. Com a habilitação, a entidade passa a oferecer
atendimento ainda mais integrado ao Serviço de Terapia Renal Substitutiva
Pediátrica, que já é referência no Estado e dá suporte a cerca de 40 crianças
que estão na fila de espera por doação.
A primeira paciente a passar pelo
procedimento foi Samile Ribeiro Caxias Moraes, 11 anos, que recebeu o órgão da
própria mãe, Sueli Ribeiro Caxias Moraes, 42 anos. A criança foi diagnosticada
com câncer nos dois rins e precisou retirar os órgãos aos 5 anos de idade. Em
todo esse tempo, permaneceu dependente de hemodiálise, realizou tratamento
oncológico e, após a cura do câncer, foi liberada pela equipe médica para o
transplante.
A cirurgia de retirada dos rins de
Samile Moraes foi realizada pela mesma equipe que implantou o novo órgão, liderada
pelo cirurgião pediátrico Eduardo Amoras Gonçalves. ”Essa criança premia a
nossa trajetória ao longo de 2019, em que estávamos com o propósito direcionado
de habilitar o transplante renal. É uma paciente muito especial, porque
precisou da cirurgia radical e passou por muitas sessões de quimioterapia e
radioterapia, até ficar fora de tratamento. Ela não tem mais doença neoplásica
maligna. Vários testes foram feitos, a mãe se enquadrou no perfil de
compatibilidade. É uma vitoriosa. A história por si só fala. Vir ao hospital em
dias alternados restringe as possibilidades de brincar e interagir com outras
crianças. Ela venceu um câncer severo. A mãe ajudou a criança a passar por todo
o tratamento com uma cabeça muito boa. É uma família vencedora, e isso deixa a
gente mais feliz ainda”, afirmou Eduardo Amoras Gonçalves.
Transplante -
Para o transplante intervivos foram necessários dois procedimentos simultâneos,
que mobilizaram cerca de 30 profissionais em mais de quatro horas de duração.
Mãe e filha foram juntas para o bloco cirúrgico, mas ficaram em salas
separadas. Por lei, a equipe que retira o órgão de um corpo não pode ser a
mesma que o implanta em outro.
De acordo com a nefrologista pediátrica
Monick Calandrini Rodrigues, coordenadora do Serviço, houve toda uma preparação
técnica, burocrática e clínica para a realização do transplante. “Já viemos com
uma experiência anterior. A equipe e as pacientes estavam bem preparadas.
Tínhamos a segurança de que o transplante estava ocorrendo no melhor momento
para a paciente, para equipe e para a instituição”, assegurou a médica.
A evolução foi dentro do esperado
no caso de doador vivo. Desde o bloco cirúrgico, o rim doado já estava
funcionando no corpo de Samile, indicando que o procedimento estava dando
certo. Em seguida, mãe e filha receberam cuidados nas unidades de Terapia
Intensiva. Com o passar dos dias, e a plena recuperação, Sueli recebeu alta
médica e voltou ao hospital apenas para visitar a filha, que passou a ser
acompanhada pelo pai, Márcio Mendonça Moraes.
Ele, que ficou acompanhando
Samile, agradeceu o fim da longa batalha. “Foi difícil, mas com Deus tudo é
possível. Eu creio que quando uma família entra num processo como esse até os
laços de união ficam melhores. A gente acaba valorizando mais a família, a
esposa, os filhos. A gente entende que tem que valorizar a vida e as pessoas ao
nosso lado. Espero que ela tenha cada dia mais êxito e possa fazer o que gosta.
Às vezes, ela estudava só duas vezes por semana, mesmo assim tirava boas notas.
Agora, creio que vai ter mais tempo para a escola, para os priminhos e amiguinhos”,
disse Márcio Moraes.
O pai da menina também fez questão
de destacar o atendimento recebido na Santa Casa.
“Eu só quero agradecer
primeiramente a Deus e à qualificação dos médicos, pela equipe que tem
trabalhado. A gente vê o cuidado com as crianças desde a hemodiálise. Várias
vezes eu acompanhei a forma como a equipe técnica trabalha com os pacientes e,
acima de tudo, dão força aos pais, motivando-os a superar aquele momento. São
pessoas que Deus colocou na Terra para ajudar as outras. Que Ele continue abençoando
essa equipe e a Santa Casa” - Márcio Moraes, pai da menina Samile.
Saga familiar -
Já em recuperação pós-cirúrgica, mãe e filha comemoraram o sucesso do
procedimento. “Eu só tenho a agradecer a Deus. Sem Ele a gente não teria
chegado até aqui. Agradeço também à equipe médica que nos acolheu por 5 anos e
8 meses em que ela fez diálise. Aqui, a gente encontrou apoio dos médicos, uma
equipe maravilhosa. Todos, até o pessoal da limpeza. Foram tantas restrições,
altos e baixo que passamos, uma história bem difícil desde a descoberta do CA,
as primeiras hemodiálises, UTI. São coisas que marcam muito a vida da gente.
Ela é uma menina muito forte, sempre assim, calma. Isso também encorajava a
gente a continuar a lutar. Ela e o irmão são dois presentes de Deus para mim, e
eu vou cuidar, fazer tudo o que for possível por eles. Se fosse preciso, doava
de novo”, garantiu Sueli, tomada pela emoção.
Samile não vê a hora de encontrar
com o irmão caçula, que por conta da imunossupressão ainda não pôde visitá-la.
“Eu vou dar um abraço nele, estou com muita saudade”, disse a menina. “Para mim
é uma nova vida. Eu não vou mais acordar cedo para ir para a diálise, não terei
mais restrição de beber água e posso fazer xixi agora. Mudou muita coisa. Eu
quero agradecer a minha mãe por tudo. Primeiro, porque me deu a vida, me
aguentou por nove meses na barriga, e agora por ter dado o rim para mim. Isso é
muito significativo. É muito amor”, disse a menina com a voz embargada,
provocando lágrimas em todos a sua volta.
A mãe não poupou elogios à
criança, e destacou que a menina precisou amadurecer rápido durante o tratamento.
Muito responsável, apesar da idade, Samile também era cuidadosa e compreensiva
com as restrições.
“Se oferecessem mais do que a
quantidade de água que podia tomar, ela não tomava. Ela sabia os nomes de todas
as medicações. O cateter durou mais de quatro anos, um período que muitas
crianças não conseguem manter. Tudo isso mostra a responsabilidade dela. Eu
saía para trabalhar e ela sempre tomou conta de si, direitinho. Claro que com
um adulto por perto, mas ela sempre foi muito responsável” - Sueli Moraes, mãe
de Samile, que é servidora pública na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar
Vianna.
De acordo com a nefropediatra
Monick Calandrini Rodrigues, Samile tinha uma creatinina, exame que mostra a
função renal, de 12. No adulto, essa taxa varia de 0,8 a 1,3. No terceiro dia
após o transplante, a taxa a menina já era 0,9, e agora 0,6, que é de uma
criança normal. Ela também está urinando de 2 a 3 litros por dia. “Estamos
muito felizes e otimistas. Ela deve receber alta e seguir no acompanhamento
ambulatorial, primeiro semanalmente, e depois quinzenalmente. Depois passa por
avaliações mensais e tomando as medicações. Estamos gratos a Deus e a todos que
tornaram isso possível”, reforçou a nefropediatra.
Pioneirismo - O
cirurgião vascular Silvestre Savino, que também participou do transplante,
ressaltou o pioneirismo da Santa Casa. “As crianças com baixo peso, a partir de
15 quilos, vão passar a fazer o procedimento aqui. No Brasil, existem poucos
centros transplantadores para esse perfil. A criação do Serviço abre uma
perspectiva de o Pará se tornar um polo regional, atendendo não apenas as
cidades paraenses, mas outros estados da região Norte. O governo do Estado, ao
investir em um projeto como esse, eleva a qualidade do atendimento na Santa
Casa e cria perspectivas de melhoria da saúde no Pará”, afirmou o cirurgião.
O presidente da Fundação Santa
Casa, Bruno Carmona, acredita que a implantação do procedimento fecha o ciclo
da terapia renal substitutiva. “A criança que precisa de transplante tem um
baixo ganho de peso. É difícil chegar em 15 quilos. Assim, passamos a atender a
população sem precisar tratar fora de domicílio, agora que temos a parte legal
e técnica funcionando perfeitamente”, assegurou Bruno Carmona.
A equipe de enfermeiros começou a
ser treinada há dois anos para que fosse solicitado o credenciamento. “Nós
passávamos uma semana por mês no Hospital Samaritano, em São Paulo (SP),
durante um ano, fazendo o aprimoramento. Ficávamos diretamente com a equipe de
transplante nas cirurgias, nos ambulatórios e em estudos contínuos, com
simulações realísticas de intercorrências, do preparo do receptor e do doador.
Nós estamos sempre buscando o melhor para o paciente. Vamos dar mais qualidade
de vida para essa criança. Ela vai poder ser criança. Vai poder estudar,
brincar, ficar no leito familiar, fazendo o que ela sempre quis na vida, que é
ser criança”, ressaltou Adriana Sueli Benjamin, enfermeira especializada em
Nefrologia.
Após a qualificação da equipe
técnica foi realizada a compra de insumos, como imunossupressores, equipamentos
cirúrgicos específicos, toda a logística voltada para o tratamento, que precisa
ocorrer dentro dos parâmetros legais.
“Houve um grande empenho do
governo do Estado, da Secretaria de Saúde Pública, para levar à frente esse
credenciamento, com a complementação do custo do tratamento. Fora o ganho
financeiro, há um ganho sem tamanho para a população, que pode contar com o
tratamento próximo do seu seio familiar”, Bruno Carmona, presidente da Fundação
Santa Casa.
A instituição faz todo o
acompanhamento das crianças antes mesmo da confirmação da insuficiência renal
crônica - quando ela possui o risco a desenvolver a doença. “Se detectamos
previamente quando a função está chegando ao limite, podemos indicar o
transplante preemptivo, ou seja, antes de entrar em hemodiálise. Uma vez
transplantada, ela permanece conosco no acompanhamento ambulatorial para o
resto da vida”, explicou Monick Calandrini Rodrigues.
A estrutura, segurança e qualidade
do procedimento estão garantidas. Mas para as crianças que estão em fila de
espera ainda há um desafio a enfrentar. “As campanhas de doação de órgãos por
pessoas em morte cerebral precisam ser reforçadas, sempre. Em um ato máximo de
solidariedade, elas podem deixar registrado para a família que desejam ser
doadoras”, finalizou Bruno Carmona.
Fonte: www.agenciapara.com.br
doc james
ResponderExcluirOlá, meu nome é Dr. James Henry, do Hospital Universitário da Universidade de Benin, sou especialista em cirurgia de órgãos e compra de órgãos humanos que eles desejam vender, e estamos localizados na Nigéria, EUA e Malásia, mas nossa sede está na Nigéria. Você está interessado em vender seu rim ou vender qualquer parte do seu órgão corporal Entre em contato conosco para obter mais informações. Entre em contato conosco através
E-mail: jameshenryhome@gmail.com
whatsapp: +2348110133466
Esperando ouvir de você.
Felicidades,
Dr. james
CEO
HOSPITAL UNIVERSIDAD DE BENIN DE ENSEÑANZA.