Aplicativo capta sons emitidos e faz aparelho
vibrar em tempo real
Publicado em 08/08/2021 - 15:50 Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil - São Paulo
Um grupo de alunos da Escola de Inovadores desenvolveu um aplicativo para proporcionar uma experiência sensorial aos portadores de deficiência auditiva. Utilizando uma programação de inteligência artificial o aplicativo Feel the Music (FTN, sinta a música, em tradução livre), capta os sons que estão sendo emitidos e faz o aparelho de telefone celular vibrar no ritmo desses sons, em tempo real.
Segundo
os idealizadores do projeto, a ideia nasceu em um hackathon que
tinha a proposta de encontrar ideias inovadoras para o mercado da música. O FTM
ficou em terceiro lugar na competição que aconteceu em 2020. Em seguida o
projeto foi inscrito na edição do primeiro semestre de 2021 da Escola de
Inovadores da agência Inova CPS, quando se transformou em startup e
foi selecionado para a Vitrine Inova CPS.
O Inova
CPS é um curso de extensão online e gratuito do Centro Paula
Souza (CPS), que ensina os participantes a transformarem ideias inovadoras
em startups. Os idealizadores do FTM, Rafael Zinni Lopes, Ricardo
Teruaki Fujikawa e Victor Dias de Oliveira contam que durante o curso
entenderam qual seria a capacidade de abrangência da ideia.
“Percebemos
que o aplicativo poderia ser usado para levar acessibilidade não só para os
aplicativos de música, mas também para transmissões de streaming e
canais de vídeos, como Netflix e YouTube. Muitos desses canais mantêm apenas
legendas como forma de acessibilidade e temos conhecimento de que muitas
pessoas com deficiência auditiva não sabem ler, então, não são devidamente
incluídas nesse mercado”, explicou Zinni.
Segundo
Zinni, o aplicativo é destinado tanto para pessoas que não sabem libras nem
escrita, sabem libras mas não escrevem, sabem libras e sabem escrever. Com o
FTM é possível criar um estímulo a mais para que a pessoa com deficiência
auditiva sinta a vibração das letras para aprender a escrever.
"O
app é importante para pessoas que lutam por acessibilidade no Brasil e nós
estamos aqui como um auxílio para eles. Podemos pegar qualquer aplicativo que
tenha como base e fazer a tradução para a vibração e assim a pessoa sentir a
emoção da música vibrando. Os resultados têm sido positivos entre aqueles que
testaram".
Zinni
explicou que a solução está sendo desenvolvida com Interface de Programação de
Aplicativos (APIs) em Python, voltado para banco de dados e uma API que traduz
o som de maneira diferente do React.JS, também usado para o desenvolvimento do
aplicativo. “O React é usado para trabalhar a interface que hoje se assemelha a
um Ipod”, disse.
A solução
será liberada inicialmente para dispositivos com sistema Android, para que
tenha maior abrangência e atinja pessoas que não têm poder aquisitivo alto.
O
professor da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Ribeirão Preto, Adriano
Buzoli, um dos orientadores do time, explicou que, além das mentorias e dos
conteúdos estudados, o curso ofereceu aos alunos a oportunidade de contato com
profissionais especialistas no mercado.
“Criamos
um elo com mentores voluntários focados em trabalhos com linguagem de
programação, marketing e branding. Assim, os
estudantes conseguiram tirar dúvidas, foram aprimorando novas versões do
produto e puderam chegar ao modelo atual, que está muito próximo do que será
lançado ao mercado. Trabalhamos muito também sobre a viabilidade economia, o
posicionamento de marca do FTM e tivemos consultoria para a identidade visual.
Esse estágio do projeto é crucial para as próximas etapas, como a Vitrine CPS”.
O projeto
foi selecionado pela Vitrine Inova SP, que reúne os 50 melhores projetos da
Edição da Escola de Inovadores. Os selecionados são conhecidos e avaliados por
mentores, investidores e possíveis parceiros. Os dez mais avaliados da etapa
participam do Acelera Inova CPS.
Edição:
Denise Griesinge
Fonte: Agência Brasil
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