quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Contribuição ao ensino e aprendizagem

Prof. Raymundo das G. Trindade da Costa
Pedagogo, Especialista, Mestrando em Educação,
Consultor em GestãoEducacional e Desenvolvimento Organizacional

Ao pensarmos em educação, somos conduzidos a refletir sobre os alicerces que a sustentam em âmbitos científicos diversos, e buscar respostas por vezes transitórias, que permitam conduzir metodologias direcionadas ao seu objetivo-fim.
Como educador, tenho observado transformações que nem sempre são acompanhadas pelo sistema de ensino, dentre as quais, a ‘mimetização’ do rural com o urbano, da periferia com o centro, do linguajar com a linguagem.
Destaco a escola rural e seu ‘aculturamento’ com a escola urbana. Facilidades de acesso às tecnologias de informação e comunicação têm ‘nivelado’ e ‘padronizado’ gostos e costumes. Contudo, a gestão e coordenação pedagógicas não se atualizaram para agir com essa clientela, com esses alunos. Educação tradicional, atrelamento a currículos elaborados por staff, sem a participação (enquanto atores no processo) do professor, da família e da comunidade, têm proporcionando disfunções no trabalho educativo. Liderança conservadora e didática fundamentada nos velhos hábitos, apesar dos vários programas governamentais de formação continuada baseados nas políticas públicas para a educação – Proinfantil, Proinfo, Parfor, seminários e outros, têm pouca eficácia na mudança dos paradigmas estabelecidos.
Embora a equiparação, conteúdos e metodologias devem apreender instigações voltadas aos diferentes níveis de ensino, e diferentes ambientes culturais. Experiências demonstram que o acesso aos recursos e ferramentas pedagógicos são diametralmente opostos ao compararmos a escola rural e a urbana. Sobretudo, na quantidade e qualidade para as necessidades pontuais.
A pergunta é: como formar esses professores? Que metodologia aplicar? Que didática resultará em sucesso no ensino-aprendizagem?
Pelo que destacamos, não basta apenas formar. Uma gama de informações são necessárias para a dialogação em sala de aula: elaboração de conteúdos que abranjam as expectativas do alunado; fazer e saber fazer educação; criar e recriar; aprender e desaprender com as experiências relatadas; autonomia democrática, muito teorizada mas de tênue prática; saberes significativos e aprofundados que interajam com as perspectivas e ansiedades do cotidiano.
O questionamento se levanta a partir dessas indagações.
Experienciamos atitudes nem sempre comprometida com a educação de qualidade, em criar juízo de valor e espírito crítico. Facilitadores de aprendizagem de diferentes áreas afins adornam com suas erudições, treinamentos voltados à educação porém de conteúdos diversos, que não atendem às especificações educacionais recomendadas.

Em se tratando da escola pública, teoriza-se muito, com baixo valor a ser agregado à sala de aula, aos trabalhos docente, discente e acadêmico. Aplica-se capacitação sobre ‘insucesso escolar’, quando o professor necessita aprimorar seus conhecimentos em valores e relacionamentos sociais, a fim de integrar-se com o grupo de alunos e da comunidade escolar da qual faz parte; torna-o participante em ‘oficina de planejamento escolar’, mas nega-lhe o direito de elaborá-lo, de apresentar sua prática fundamentada, de sugerir inovação. Por outro lado, como decodificar tais informações em conhecimento? Estão nossos professores devidamente qualificados para abstrair ‘porções’ disso para trazê-lo à realidade do ambiente escolar? De que forma?
Sabemos que e quase sempre, não há reunião pós-capacitação no estabelecimento de ensino, a fim de avaliar, questionar os aspectos favoráveis e limitantes, visando uma equivalência na produção de tais conhecimentos em sala de aula. A individualidade, fruto da educação tradicional, torna estanque a conjugação de esforços no sentido amplo do ensino-aprendizagem. Assim, os ‘fragmentos’ que poderiam formar o todo necessário se dispersa.
Discutimos Metodologia, mas o que é, para que serve? Seus conceitos atendem o que? Se na prática não há coerência com a teoria? Se a Didática nela está inserida, uma vez que o ensino-aprendizagem deve ser ministrado para despertar a curiosidade no aluno pela maneira agradável do professor expor suas habilidades em sala de aula, porque isso não acontece?
Essas indagações são necessárias para que enquanto professores, possamos entender como ’construir’ nossas aulas com métodos que dignifiquem o educador. Compartilhar ensinamentos é mister. Traduzir as aulas coerentemente na linguagem entendida pelos alunos, decerto resultará em melhor aprendizado, redução da reprovação e retenção; evitando a distorção idade/série daí decorrente e ampliando os horizontes do profissional-educador.
Enfim, essas observações são necessárias na formação docente, afim de que tais rupturas de ‘vícios educacionais’ recorrentes e impregnativos aconteçam, dando lugar ao verdadeiro ideário da educação.

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